PROJECTS

► PROJETOS DE PESQUISA ACADÊMICA

VII – [2020-ATUAL] ► ARQUEOLOGIA DAS EPISTEMES EDUCACIONAIS

Tese (Artigos, Livro). Apresentamos uma tese que defende uma forma ainda pouca explorada de fazer história da educação: a perspectiva de arqueologia das epistemes educacionais. A investigação se apoia em uma metodologia que examina as technê tou biou (artes de viver) e suas correspondentes askêsis (asceses: práticas, treinamentos ou exercícios manuais e espirituais), movimentadas como direcionamentos pedagógicos ou educacionais, por meio de invenções e hábitos articulados a certas hypomnemata (dispositivos ou materialidades: tecnologias psíquicas e sociais, ambientes, artefatos, arquiteturas e estruturas educacionais e urbanas), concebidos e disseminados, orientados e normatizados, enquanto epistemes educacionais. Tais epistemes podem ser observadas, em seus parâmetros mais sobressalentes, de forma abrangente, exploratória e comparativa, nos dez períodos clássicos da história geral da educação ocidental. Com a tese esperamos levantar novos elementos e reflexões que auxiliem na compreensão e complementação dos estudos anteriores de história geral da educação. Para tanto, trabalharemos com um conjunto de obras clássicas de história da educação/pedagogia, associado aos referenciais consagrados de estudos sobre a cultura material.

Palavras-chave: 1. História da Educação, 2. Arqueologia dos Dispositivos, 3. Epistemes educacionais.

VI – [2022-ATUAL] ► BERNARD STIEGLER: INTRODUÇÃO & FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

Livro. A contribuição original do francês Bernard Stiegler (1952-2020) para a filosofia contemporânea, a partir da década de 1990, parte de sua apreciação conjuntiva do mundo: materialista-espiritualista atranscendental. Ao recuperar a materialidade, contra a metafísica do logocentrismo, Stiegler se apoia na filosofia francesa da geração anterior, particularmente a de Jacques Derrida, que havia muito contribuído a respeito das linguagens, suas materialidades e significações, abrindo uma janela para novas e pertinentes explorações filosóficas – abraçadas por Stiegler –, acerca da “origem do humano”, a partir da tese antropotécnica, já na conjuntura histórica das intensas transformações tecnopolíticas, no final do século XX, de instalação das linguagens por símbolo discreto (digital) e da ciência cibernética nas sociedades em geral. Concebi o presente opúsculo como uma apresentação concisa e abrangente do pensamento de Stiegler, esperando, por intermédio disso, expor ao leitor tanto a fertilidade e as urgências das filosofias da técnica e da antropotécnica no contemporâneo como os seus aportes para politizar as tecnologias, no quadro das ciências humanas, em dimensão crítico-emancipatória, profundamente contra a proletarização dos saberes-viver e saberes-fazer das populações, constituindo uma filosofia da educação para o século XXI. Para este fim, estruturei três capítulos a partir das três tradições revisitadas por Stiegler – grega (Platão, sobretudo), francesa (Rousseau, Leroi-Gourhan, Simondon e Derrida) e alemã (Kant, Husserl e Heidegger). Após, no quarto capítulo, disserto sobre as contribuições deste pensador, sobretudo no campo da filosofia da educação, e sua presença nos debates político, econômico e cultural contemporâneos, encerrando com as minhas considerações finais.

Palavras-chave: 1. Bernard Stiegler, 2. Filosofia Francesa Contemporânea, 3. Filosofia da Educação, 4. Antropotécnica, 5. Filosofia da Técnica.

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PROJETOS DE PESQUISA ANTERIORES

V – [2020-2023] ► SOFTWARE, REDE, CLASSE: CHUN, GALLOWAY, WARK

Ensaio, Traduções, Programa Disciplinar. Os processos de digitalização da sociedade ocorrem em uma velocidade surpreendente, reconfigurando todas as esferas da vida. Particularmente nas áreas de Ciências Humanas e Sociais, são enormes os desafios acadêmicos para captar e gerir contratos democráticos e compromissos com a diminuição de desigualdades e preconceitos diversos, exigindo, pois, um intenso diálogo transdisciplinar com as áreas da Computação. Na construção de pontes de diálogo entre as áreas, três significativos autores - teóricos críticos da mídia - destacam-se hoje como referências genealógicas, analíticas e críticas, Wendy Hui K. Chun, Alexander R. Galloway e McKenzie Wark. O presente projeto procura redimir as lacunas de tradução e debate dos autores na academia brasileira. Para tanto, três temáticas são destacadas, software, rede e classe, às quais definem uma coletânea de textos que oferece uma rica associação entre materialidades (hardwares e softwares), ambientes (redes sociais e as redes de computadores) e estruturas (classes-hierarquias sociais e computacionais). A investigação segue, metodologicamente, a partir de uma cuidadosa apresentação, análise e discussão da coletânea, buscando, a partir disso, delinear as questões e os problemas pertinentes no horizonte das pesquisas contemporâneas.

Produções: 1. Traduções; 2. Ensaio; 3. Programa disciplinar.

V – [2016-2021] ► MATERIALIDADES E TEMPORALIDADES DIGITAIS; TECNOPOLÍTICAS E PLATAFORMAS

Ensaios, Artigos. Atuando academicamente na temática geral do “materialismo contemporâneo e arqueologia dos dispositivos”, o interesse foi – em 3º etapa – realizar estudos de significativas teorias tecnopolíticas contemporâneas, questionando suas propostas e entendimentos em relação aos conceitos de individuação (psíquica, coletiva, técnica), temporalidade, plataformização e modulação digital da vida.

Produções: 1. EnsaioEscatologias tecnopolíticas contemporâneas; 2. ArtigoA diagramática das plataformas digitais; 3. ArtigoTemporalidade em jogos digitais – breve arqueologia; 4. EnsaioO descompasso entre o tempo do mundo e do tempo da vida; 5. ArtigoPolitizando a aceleração tecnológica.

III – [2011-2018] ► HARUN FAROCKI - PENSADOR E OPERADOR DE MÍDIAS

Tese, Livro, Artigos e Entrevista. A partir de uma abrangente documentação e análise, realizei uma tese na qual expus uma perspectiva geral da obra do cineasta, pensador e operador de mídias alemão Harun Farocki (1944-2014), constituída por filmes (ficcionais e documentais), ensaios, artigos, instalações artísticas, entrevistas e workshops. Os resultados obtidos foram aportados em questões e estratégias teóricas (cap. 1), método-estilo (cap. 2), trajetória estético-política (cap. 3), operações com arquivos (cap. 4) e montagem (cap. 5). Por fim, expus e analisei também como tais questões e estratégias, trajetória e operações, erigiram a constituição de minuciosos estudos arqueológicos da cultura material e especificamente das mídias digitais (cap. 6). Defendi que sua obra, na perspectiva global, revela-nos um cineasta que prima por ser um pensador e operador de mídias. Em todo o percurso da tese/livro, busquei os variados porquês e as decorrências deste primado.

Produções: 1. Tese defendida; 2. Entrevista; 3. Artigos Imagens operativas e pós-fotográficasMontagem dialética e transindividual, Farocki: operador de mídias; 4. Livro – Harun Farocki

II – [2010-2016] ► TECNOCULTURA E PÓS-ESTRUTURALISMO

Artigos. Os ambientes tecnoculturais vêm transformando os discursos tradicionais das ciências humanas, tais como definidos a partir do século XIX. Os pensamentos pós-estruturalista, fenomenológico e marxista, em algumas de suas abordagens, buscaram expressar abertamente isso. Especificamente, atuando academicamente na perspectiva do “materialismo contemporâneo e arqueologia dos dispositivos”, o interesse foi – em 2º etapa – realizar pesquisas com o objetivo de compreender e cartografar as novas proposições teóricas e empíricas arquitetadas por autores pós-estruturalistas.

Pesquisas teóricas: cartografias dos legados franceses (Foucault, Deleuze e Guattari) e alemães (Heidegger e Husserl) ao pensarem as tecnologias/dispositivos, procurando, por conseguinte, evidenciar os encaminhamentos teórico-conceituais contemporâneos de Agamben, Sloterdijk e Stiegler, procurando explicitar as suas respectivas recepções de tais legados franceses e alemães.

Pesquisas empíricas: investigação das novas formas de cognição, de poder e resistência políticas, a partir de estudos de casos envolvendo aspectos diversos e problemáticos de agenciamentos, descentralizações e delegações em ambientes ou plataformas digitais.

Produções (seleção): 1. ArtigoDiscutindo a noção de dispositivo em Agamben; 2. ArtigoNostalgia da centralidade; 3. ArtigoEducando em tempos de memória digital.

I – [2008-2015] ► TECNOCULTURA E MODERNIDADE

Artigos. Os ambientes tecnoculturais vêm transformando os discursos tradicionais das ciências humanas, tais como definidos a partir do século XIX. Os pensamentos pós-estruturalista, fenomenológico e marxista, em algumas de suas abordagens, buscaram expressar abertamente isso. Especificamente, atuando academicamente na perspectiva do “materialismo contemporâneo e arqueologia dos dispositivos”, o interesse foi – em 1º etapa – realizar pesquisas com o objetivo de compreender e cartografar as novas proposições teóricas (epistêmicas e políticas), especialmente as noções de interface, incorporação, rede, mediação, suplementariedade, racionalidade instrumental e comunicativa.

Pesquisa 1: Investigação das convergências e divergências dos pensamentos de Heidegger e Simondon sobre a técnica moderna, avaliando as relevâncias das noções e dos problemas preconizados por esses autores.

Pesquisa 2: Na esteira de Nietzsche, pesquisamos as influências do perspectivismo e do método genealógico em Foucault, influências essas desdobradas em compreensões críticas acerca dos dispositivos/tecnologias, da natureza humana e da construção das subjetividades contemporâneas via biopoder.

Pesquisa 3: Na esteira de Marx, investigamos os desdobramentos “faústicos'” na Teoria Crítica, de Adorno e Horkheimer, e a abordagem original de Marcuse a respeito dos valores inerentes às tecnologias, abordando, por fim, os saldos de Habermas, expostos na obra “Técnica e Ciência como Ideologia”, a qual, como ajuda-nos a compreender o teórico crítico da tecnologia Andrew Feenberg, realizou uma “re-neutralização” da técnica, quando propôs a distinção entre racionalidade instrumental e comunicativa.

Pesquisa 4: Investigamos as dimensões prometeicas e dionisíacas da tecnologia nos “intérpretes da cultura” Marx e Nietzsche.

Produções: 1. ArtigoConvergências e divergências de Heidegger e Simondon sobre a técnica moderna; 2. ArtigoCorpo e política na teoria social; 3. ArtigoO debate da Teoria Crítica acerca da técnica moderna; 4. ArtigoMarx e Nietzsche: posições acerca do progresso.

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Interface - Farocki

Interface (1995) - Farocki

King Lear (1987) - Godard